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domingo, 27 de junho de 2010

MULHER

Tudo tem o teu sexo.
A verdade, o sonho e a sensualidade.
Tudo tem a tua aura e o teu gênio.
Se não fosse você, mulher,  seria você apenas você, mulher...
Nada tem teu jeito ou sinônimos...
Tudo pode ser mais belo, mas nada será melhor...
Tudo em você é mulher...
Mulher!
Ninguém nunca te definiu e eu só sei que é mulher....
Mulher...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Elaine

Fizeste um brigadeiro bem molinho,
com maçãs picadas e descascadas,
bem clarinhas, branquinhas...
Fizeste simbólicamente uma bela, sensual e gostosa união
para os olhos, para o paladar e para o coração...
A complexa relação entre cores, odores e sabores
está entre nós, em todos os nossos sonhos de homens e mulheres
e em toda nossa alegria de tingirmos e sermos tingidos,
de mesclarmos e nos deixar mesclar...
Como o piano com suas teclas em ébano e marfim,
em harmonia e sensualidade.
Tal prato teria mesmo que ser doce e saboroso!
Ao criá-lo, lembrou de convidar a Sueli,
a mais bela e gostosa maçã,
e naquele momento,
eu me senti meio mole...
meio chocolate...
meio brigadeiro...
Hummmm!

Beijos, querida!!!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Saramago

"Se podes olhar,
vê.

Se podes ver,
repara."

(José Saramago)

Indescência II



A indecente coragem que tenho
De jamais proibir, mesmo o proibido,
Tem a tua liberdade.
O gosto indecente da tua mais tenra carne,
O cheiro indecente da tua mais fina pele,
O jeito indecente de te falar estas indecências,
Tem a minha voz.
A vontade indecente de segurar-te a cintura,
De tocar-te indecentemente,
De procurar teu ponto mais indecente,
E de fazer-te indecências



Tem o meu peso e força,
Tem o meu calor.
A indecente maneira de fazer-te indecências,
Com indecente liberdade de nunca parar,
Tem a minha calma e sorriso,
Tem o teu prazer.
Toda indecência será praticada!
A melhor das indecências
É fazer-te indecente,
Fazer-te mulher!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Vidas em Cacos


Taças do mais fino cristal,
que por várias vezes brindaram a alegria,
a união e o amor,
um dia podem se quebrar.
Mas, em cada caco estará gravado um bom momento,
uma alegria, um sonho e
parte de uma vida.
E nossas vidas feitas de vidro,
às vezes transparentes,
outras translúcidos ou opacos,
nos fazem, volta e meia,
curvar-nos em lágrimas ou
simplesmente em perdão,
para juntarmos os cacos,
mais uma vez!
Um brinde ao amor,
ainda que contido em
pequenos cacos!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Lenny II

Eu só posso contar uma história,
Uma verdade e um começo,
Mas você pode me contar outra história,
Com a nossa verdade e com todos os nossos começos...
Sempre começamos, todos os dias começamos.
Uma comidinha, um sorriso, nossas estórias,
Nossos beijos, nosso sorriso, nossos carinhos,
Nossas mãos lascivas, outro sorriso,
Nossa cama barulhenta...
Quantos sorrisos!
Começarmos tudo de novo faz parte da nossa história.
Sempre da maneira habitual, com um sorriso,
Um olho no olho, mãos dadas,
Decorando cada pedacinho do nosso corpo,
Reacendendo a mesma chama, que,
Cá entre nós, nunca apaga...
Eu só posso contar uma história,
Mas com muitas estórias, muitos capítulos e
Um crepitar de malícia, de mordidas veladas,
De abraços fortes, de sorriso escancarado,
Daquilo que gostamos e da falta que sentimos,
Discretamente, um do outro...
Vou apagar a luz. Quer um copo d'água?
Que tal começarmos uma outra história?
Desta vez, você cuida do enredo e protagoniza.
Serei mero coadjuvante... 
ativo...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

CAPIM




Quando nasce o sol, desço do meu resguardo

e me curvo ante teu brilho, sublime, magestoso.
Porto uma garrafa de gin, vazia e indecente,
supostamente reciclando teu conteúdo em mim.
Sobre a relva orvalhada,
consigo divisar todos os brilhos,
todos os reflexos e toda a clareza do sol que nasce.
E permaneço impávido, debutante.
Sol que nasce sem nunca morrer.
Um estouro de pneu, uma faca na mão direita,
Um corre corre descabido.
Rumino meu capim que ainda agora pastei,
e sei que meu horizonte terá um fim se eu parar de andar...
A doença da cabeça alcoolizada é o delírio dos gestos desconexos,
do titubeio das palavras e da perda do medo.
Um absurdo de outrora, uma desistência,
um falso alarme...
Tudo vem à cabeça e desfalece a face.
Distante está a clareira,
e meu circunspecto amanhecer discorda
da minha alegria.
Preciso parar com o gin,
só ruminar meu capim...

Oração!

Obrigado, Senhor!
Dai-me mais um dia, Senhor!
Deixe-me olhar Teu mundo e todas as Tuas perfeições,
Deixe-me acordar, sentir o Teu ar fresco,
Agradecer-Te mais uma vez e brindar o Teu céu,
Ver Teus pássaros, Tuas árvores,
Tocar uma face criada a Tua imagem,
Dar um bom dia, tocar uma mão,
Como se fossem as Tuas,
E sorrir...
Dai-me Senhor, mais uma vez,
A alegria de beijar meus filhos,
Vê-los caminhar ao Teu lado,
E sentí-los sob Tua proteção,
Assim como Tem feito comigo, durante todos estes anos,
Que me Fizeste maravilhosos!
Permita-me, Senhor, ajoelhar mais uma vez,
Diante do túmulo dos meus pais,
Chorar de saudade boa e dizer-lhes
O quanto tenho orgulho de tê-los como meus criadores,
Como Tu, Senhor, fizeste com todos os Teus filhos.
Deixai-me, Senhor, abraçar meus inimigos 
E oferecer-lhes o meu coração,
Pois aos meus amigos, esse coração já pertence.
Obrigado, Senhor, por minha vida,
Pelo que sinto e por Ter me perdoado sempre,
Incondicionalmente.
Obrigado, Senhor, por todo esse Amor,
Por toda minha calma e mansidão.
Faça-me Senhor, mais uma vez,
Que eu sinta saudade,
  Que eu tenha gratidão,
Que eu saiba Te honrar como um bom filho.
Por favor, Senhor, em tudo isso que Te peço,
Não esqueça dos enfermos, dos que sofrem intolerâncias
E daqueles que Te esquecem na alegria
E Te clamam diante das adversidades.
Dai-me mais um dia, Senhor!
Obrigado!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sem diálogo

Silêncio...
Não se pode dar prejuízos à liberdade!
Solte as amarras da tua consciência inteligente,
Divida os sorrisos e amigos,
Descanse teu ciúme na indiferença racional,
Assista um filme, jogue o jogo e perdoe...
Não se pode dar prejuízos à alegria!
Não se pode ignorar o paraíso da razão.
Sem diálogo, os vícios nos levam ao divórcio...
O tempero da carne, do bom livro e do amor,
É uma mistura de cheiro, sabor e cor,
É subtrair o ódio, a intolerância íngreme e o fel
Da diferença entre o sonhar papável e a ilusão latente.
Nossos sonhos terão que ser sonhados!
Nosso sono terá que ser velado!
Nossa liberdade tem que ter alegria!
E nossa voz tem que ter a verdade!
Nossos olhos terão que se cruzar...
Silêncio...

sábado, 5 de junho de 2010

Lenny

Duvido!
Duvido que toleres a ausência,
A dor, a incompreensão e a falta de um sorriso.
Duvido que te enganes ao sentir o calor,
O toque com aquela delicadeza bruta,
O gosto e o cheiro.
Duvido que resista à paz,
Ao silêncio de falar só com os olhos,
De sentir-se envolta em braços fortes,
E só dormir em sonhos bons.
Duvido que não te embriagues 
No vinho da saudade,
No acaso de acordar ao lado
E no prazer de fazer tudo de novo.
Duvido que não tenhas notado
O quão diferente somos,
E quanto, em tudo, somos iguais.
Duvido que não tenhas 
Um suspiro guardado,
Um jeito novo e velado,
Uma vontade de parar o mundo
E uma alegria escondida.
Duvido que consigas ocultar
O barulho do meu coração
Com o barulho do teu coração...
Dentre todas as dúvidas,
Só não duvido que
Você exista.
Só não duvido que 
Conheço teu sabor e cheiro,
E que a tenho no coração.
E sei que os dias e noites, doravante,
Serão como bonsais na essência,
Pequenos demais, mas intensos e sublimes,
Completos e perplexos,
Porque você existe.
Duvido que não tenhas, ao menos,
Estampado e residente em tua face,
Um novo sorriso, agora...
Duvido que só eu sinta tonturas,
LENNY
Duvido!