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sábado, 5 de junho de 2010

Lenny

Duvido!
Duvido que toleres a ausência,
A dor, a incompreensão e a falta de um sorriso.
Duvido que te enganes ao sentir o calor,
O toque com aquela delicadeza bruta,
O gosto e o cheiro.
Duvido que resista à paz,
Ao silêncio de falar só com os olhos,
De sentir-se envolta em braços fortes,
E só dormir em sonhos bons.
Duvido que não te embriagues 
No vinho da saudade,
No acaso de acordar ao lado
E no prazer de fazer tudo de novo.
Duvido que não tenhas notado
O quão diferente somos,
E quanto, em tudo, somos iguais.
Duvido que não tenhas 
Um suspiro guardado,
Um jeito novo e velado,
Uma vontade de parar o mundo
E uma alegria escondida.
Duvido que consigas ocultar
O barulho do meu coração
Com o barulho do teu coração...
Dentre todas as dúvidas,
Só não duvido que
Você exista.
Só não duvido que 
Conheço teu sabor e cheiro,
E que a tenho no coração.
E sei que os dias e noites, doravante,
Serão como bonsais na essência,
Pequenos demais, mas intensos e sublimes,
Completos e perplexos,
Porque você existe.
Duvido que não tenhas, ao menos,
Estampado e residente em tua face,
Um novo sorriso, agora...
Duvido que só eu sinta tonturas,
LENNY
Duvido!