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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Sonhos...


É tarde...
Meu cigarro é plágio das minhas rimas...
Queima e transforma-se em fumaça e cinzas.
Nada daquilo que penso é sensato e meu domínio não sou eu.
Só escrevo para mim mesmo, e ainda assim, não me entendo.
Meu cigarro queima no cinceiro....
Todo o meu frio é a solidão.
Mas meu agasalho tem nome, é palpável e existe.
Minha latitude disfarça minha localização,
E eu não consigo ficar parado.
É tarde...
Meu cigarro insiste em apagar...
Mas a decadência tem corrimão e se eu souber segurar,
Vou descer devagar, sem tropeços, sem despencar.
Meu cigarro retém as tragédias e não as queima...
Se trago, uniformemente disperso sua fumaça em mim.
Quanto dos meus sonhos se queimaram?
Quero dormir nos teus sonhos e assim acordar...
Quero acordar em um sonho teu.
É tarde...
Vou acender outro cigarro.