Meu Papel...
Minha mulher é uma folha de papel,
Que toco com meu carvão,
de ponta fina, macia...
Onde desenho letras que juntas,
mesclam alegria, dor e paixão.
Minha mulher, que às vezes amasso
e lanço ao cesto,
Mas não por ódio ou desamor.
Mas por não poder preencher-lhe
o vazio de sua folha...
Com as letras próprias daquilo
que traduzido é: mulher!
Meu papel, minha mulher,
que aceita meus parágrafos,
minhas linhas, meus traços e rabiscos.
Também aceita minhas dobras,
recortes e amassos...
Minha mulher aceita cores,
ranços e poesia.
Minha mulher é uma folha de papel...
Papel-moeda, cheque ou promissória,
Um avião, uma dobradura qualquer...
Um lenço, uma toalha higiênica
ou umedecida,
Reciclada, renovada no jornal
ou na revista...
Bíblica ou num conto sensual...
Minha mulher é uma folha de papel,
Que escrevo à lápis,
sobre sua pele única,
Com letras femininas,
À tinta...
...é o meu papel!
Reciclada,
renovada no JORNAL
ou na revista...
8 de Março
8 de Março
