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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Astronauta de Ébano


Finjo que tenho asas quando me lanço em vôo,
sobre o deserto do Universo,
sobre as nuvens, entre os planetas...
Meu vôo é meu latifúndio, e só saio de mim assim.
Dou voltas nos ventos, sou foguete, sou pássaro,
Sou livre e alforiado,
Sou promessa cumprida.
Meu traje é de penas, 
que cumpre pena sem ter pena daquilo que sou,
Por sobre tudo, me sinto ainda mais sozinho...
Um astronauta solitário, vagando qual folha solta,
Sem rumo, folha de ébano.
Meu horizonte não tem tons, não tem cores, não tem perdão,
Finjo que tenho asas quando me lanço em vôo.
E ainda não aprendi a voar...