Corro muito em tuas estradas
e não sei como parar...
Tuas curvas, lombadas, túneis e praças...
Não quero parar!
Corra comigo, participe deste "pega"!
Apague os faróis e aumente a emoção!
Não distraia!
Aperte o cinto, aperte o acelerador,
aperte o abraço.
Corro tanto em tuas estradas...
Minha querida cidade-mulher
tem os semáforos e radares atentos,
Não proibe as buzinas mas se retém
em lombadas e desvios doces.
Reflete em teu olhar a alegria,
o compasso e a troca tatibitati
do simples que anuncia em teus outdoors.
És rica em tuas vias largas e arborizadas,
É tenra a carne de teu corpo
sem qualquer poluição,
É calma tua noite e tua serenata.
Teu sereno é sutil e precioso,
És minha Capital, minha cidade,
minha mulher!
Minha querida cidade...
Tua calma nervosa, tuas luzes
e teu corpo me fascinam.
Me perco em tuas ruas
mas conheço teus subúrbios...
Minha visão se ofusca.
Me distraio em teus outdoors.
As pessoas andam de um lado para o outro.
Buscam o encontro, buscam o retorno.
Quero um taxi, mas estou sem dinheiro...
Ando sempre por aqui e nunca encontro nada.
Tenho sono,
mas ainda quero tomar a última taça de vinho.
O ar da noite é puro, leve, escuro...
Se eu sonhar, quero sonhar com você.
Vou enxugar esse suor...
Tenho medo de dormir.
Minha cidade-mulher, meu refúgio,
meu cansaço, minha alegria!
E estou na contramão de tua principal avenida,
fugindo da rua chamada Solidão!
