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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

GRÁVIDO

Este amor em gestação,
fruto de eu e você e você e eu,
que sonha em nascer do meu sonho,
na barriga de aluguel da minha alegria,
tem dia e hora certa para nascer,
crescer e dar frutos.
Este amor em gestação,
sossegadamente tem relavância,
tem carência e malícia,
tem odor, sabor e barulho,
tem você...
Este amor é tão meu quanto teu,
e tem muito mais do meu sonho,
da minha necessária necessidade de você,
necessária vontade de você,
indecente moralidade de ter você,
neste amor em gestação.
O fruto vai nascer tão forte
quanto a força desta união,
desta cumplicidade nada velada,
desta necessária miscegenação
de sonhos, prazeres, alegrias
e individualidades.
Se nunca choramos lado a lado,
é porque tivemos alegrias e se choramos
lado a lado, foi por alegrias, saudades ou só emoção...
Este amor em gestação é fruto 
da nossa individualidade irrestrita,
da nossa cadência de gestos e temperos,
do nosso gosto por pimenta,
do nosso infinito desconhecimento do amanhã.
Só vivemos o hoje, como fizemos com o ontem,
e amanhã, viveremos só o amanhã.
Estar assim, grávido,
é estar na lista de vontades absurdas...
Mas minhas vontades são só você. 
Vontade de você, vontade de cuidar de você,
vontade de acordar com você,
vontade de dominar e ser dominado por você,
vontade de vontades de você,
vontade de ser sempre Dalê!....
Este amor em gestação é só isso,
amor!