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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

DELÍRIOS IV


Mas ventava muito.
As folhas secas rolavam soltas, sem destino,
talvez fugindo da mãe árvore.
E os primeiros indícios de verdade surgiam.
Já haviam poucos sorrisos e as lagartas
só queriam as folhas verdes.
A dieta não era mais seguida e o dente doía...
Os caminhos já eram o da preguiça,
os cabelos despenteados.

Um choro misto de embriaguês
e sentimento podia ser ouvido.
A procura não era pelo amanhã,
era pelo hoje, pelo poder e pelo dinheiro.
Quantas folhas são preciso
para remontarmos uma árvore?
Quantas árvores são necessárias
para segurarmos o vento?
Agora está tudo calmo,
perpetuamente calmo.
Mas venta muito...