Como um "bigbrother" caseiro,
lascivo e passageiro,
Transferi meus anseios, minha imagem
e desejos da carne que quer
tua carne que quer minha carne...
E a carne pulsa, lânguida, sutil e tesa.
Tomo um banho.
São teus olhos que me ensaboam,
são teus gestos que me esfregam.
Seguro firme o que me pedes
e tua voz se transforma...
Me pedes e tem.
Me chama e eu vou.
Ouço os gestos e gemidos.
Ouço a água que nos embala a vontade.
E a vontade de nós, distantes um do outro,
é represa reprimida.
É um lago que enche e não transborda...
É cheiro, é gosto, são as coisas do amor.
E minha imagem te faz molhar,
que te sentindo me faz molhar...
Enxugo minha pele que não enxuga.
Escuto mais uma vez a tua voz.
Sinto a tua voz.
Vejo a tua voz.
E termino aquilo tudo que não começamos
Como se tivéssemos começado...
Quero de novo,
como um "bigbrother" caseiro e discreto,
Tímido, longo, nosso, profundo...
Agora é tua vez...
Luzes, câmera, ação!
