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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Minha Cidade Mulher


Minha cidade está estranha,
Cheia de segredinhos, anda me escondendo alguma coisa...
Talvez o telefone de minha cidade tenha recebido novos chamados...
Encontro num bar, num lugar, conversar e beber,
Um velho ou novo amigo ou um antigo amor...
Minha cidade já não quer mais minha companhia,
Minha cidade não se sente bem ao meu lado,
Já não sou mais companhia agradável...
Minha cidade me despreza e me trata como um trapo, um mendigo qualquer...
Sem consideração, sem carinho, sem interesse em agradar,
Minha cidade só me encontra quando quer ou precisa de alguma coisa,
Quando não quer sorrir, quando não tem outra companhia,
Quando precisa maltratar alguém.
Minha cidade talvez nunca tenha sido minha...
Talvez eu a tenha eleito e me considerado um cidadão de seu meio,
Mas nunca vivi ou viverei em teu seio,
A não ser com um mendigo andarilho em tuas sarjetas,
Sem cara, coração ou nome.
E eu que não fiz absolutamente nada,
Recebo sempre a pior parte da cidade,
Solidão!
Amo tanto minha cidade...